Continuando o artigo sobre recomendações para reduções de custos dentro de uma empresa, no artigo anterior foi tratado um escopo de otimização local dos processos de negócio, neste artigo serão apresentadas recomendações para escopos maiores, que resultariam em ganhos de performance em escala departamental ou até global, conforme o tamanho da empresa.
Novamente enfatizando que são recomendações que utilizamos na KognaWorks para dar um direcionamento inicial para melhorias no negócio, é necessária uma ponderação sobre quais recomendações são cabíveis para cada situação.
Fórmula de Custos
Relembrando a fórmula de custos apresentada no artigo anterior, definida da seguinte forma:
C(R$) = f(freq, pessoas, infra, tempo) , onde:
C = custo total para executar determinado processo.
f = função custo.
freq = frequência de uso do processo de negócio.
pessoas = valor do tempo médio das pessoas envolvidas.
infra = valor da infra-estrutura utilizada.
tempo = valor do tempo para realizar o processo de negócio como um todo.
Dentre as recomendações macro, temos:
- Verificar a criação ou diluição do(s) Centro(s) de Custo(s) para a empresa. É muito comum a criação de Centros de Custo, pois é esperado que a centralização de determinadas categorias de custos, obtenha-se ganho de escala ou uma melhor avaliação da cadeia de custos. Existem duas situações extremas que costumam ocorrer em períodos de turbulência econômica: criar novos Centros de Custos para racionalizar os custos e obter ganhos de escala, ou a diluição destes, pois esses ganhos de escala não se concretizam e o custo administrativo de manter uma estrutura assim se torna superior aos ganhos obtidos.
- Manter foco no Core Business. Muitas vezes, em situações de crescimento do mercado, uma empresa decide expandir o portfólio de produtos e serviços, o que resulta em um menor foco nas áreas de maior expertise ou market share da empresa. Redescobrir qual é o Core Business e concentrar as energias e recursos em poucos, mas importantes produtos ou serviços, é importante para otimizar e priorizar os segmentos mais resistentes a adversidades econômicas ou setores em franca expansão.
- Avaliar os ganhos em se terceirizar processos de negócio secundários ou de baixo valor agregado. A terceirização é, se conduzida de maneira adequada, uma forma de se garantir reduções significativas de custos, ao repassar processos de negócio secundários para um operador que possui maior expertise e também ganhos de escala em áreas não-críticas para a empresa contratante.
- Analisar os fluxos de caixa e capital de giro. É possível obter ganhos interessantes ao acelerar o fluxo de caixa ou "girar" mais o working capital em menor tempo, liberando recursos que podem ser utilizados como investimento interno na empresa ou mesmo para obter ganho mediante aplicações financeiras.
- Calcular taxa de uso dos recursos. Obtendo a taxa de uso, é possível inferir o grau de criticidade ou de eficiência nos processos de negócio em geral. Conforme o segmento em que a empresa atua, fórmulas ou inferências distintas são utilizadas.
No caso específico dessas recomendações macro, é aconselhado ter o acompanhamento de uma consultoria especializada em negócios ou finanças corporativas, pois processos que envolvem otimização financeira ou reestruturação departamental costumam ser muito complexos e que resultam em ganhos apenas a longo-prazo.
Na próxima parte deste artigo, serão apresentados alternativas de como se incorporar processos automatizados em um negócio, de maneira a tanto reduzir custos, mas também minimizar o impacto no dia-a-dia das operações.
Rafael Matsuyama